A beleza das flamas jaz em sua estranha magia, além de toda proporção e harmonia. Sua diáfana chama simboliza tanto graça quanto tragédia, inocência e desespero, tristeza e volúpia. A ardente transcendência tem algo da leveza de grandes purificações. Quisera que sua ígnea transcendência me enlevasse para o alto e me lançasse em um mar de flamas, onde, consumido por sua delicadeza e suas insidiosas línguas, eu morreria uma morte extática. A beleza das flamas cria a ilusão de uma morte pura, sublime, similar à luz da aurora. Imaterial, a morte em flamas é como uma ardência de leves, graciosas asas. Apenas mariposas morrem em flamas? E quanto àqueles que são devorados pelas flamas em seu interior?
from EM Cioran's book "Pe culmile disperarii" - Bucuresti, Romania 1934
Traduzido do Inglês para o Português por Richard Costa